Tese da UFMG sobre análise do discurso é premiada no Brasil e no exterior
Adriana do Carmo Figueiredo, doutora em Estudos Linguísticos, investiga narrativas femininas que marcaram as origens do Direito
Adriana do Carmo Figueiredo, doutora em Estudos Linguísticos pela UFMG, recebeu dois prêmios – um no Brasil e outro no exterior – pela tese Narrativas de vida de Antígona (Sófocles), Sor Juana e Olympe de Gouges: a Justiça no divã da Análise do Discurso. O trabalho, orientado pela professora Ida Lucia Machado, foi reconhecido pela Rede Interdisciplinar de Estudos sobre Violência (Riev) e pela Associação Latino-americana de Estudos do Discurso (Aled).
A pesquisadora investigou narrativas de vida que marcaram os fundamentos das origens do Direito, por meio de vozes femininas enunciadoras do pensamento primitivo e fundacional relacionado à complexidade dos direitos humanos. A tese contém análises do discurso de epístolas, declarações, diálogos e cenas enunciativas de Antígona de Sófocles (442 a.C.), Sor Juana Inés de la Cruz (1648-1695) e Olympe de Gouges (1748-1793).
A tese mostra em que medida essas vozes podem ser compreendidas como precursoras das bases valorativas que levariam à ressignificação das fontes do Direito pelos olhares femininos, em suas dimensões enunciativas, históricas e sociológicas.
Aqui e lá fora
Adriana Figueiredo ficou em primeiro lugar no Prêmio André Berten, iniciativa da Rede de Estudos sobre Violência (Riev), em parceria com a Secretaria da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba. Os trabalhos foram avaliados por professores de instituições de ensino superior brasileiras e estrangeiras.
“Essa premiação é extremamente importante porque reconhece minha pesquisa numa perspectiva interdisciplinar. Promovo um diálogo da análise do discurso de vertente francesa com a Teoria Social de Jürgen Habermas [filósofo e sociólogo alemão], comemora Adriana, que ganhou uma temporada de intercâmbio na Universitat de València (Espanha), onde pretende aprofundar os estudos sobre a teoria de Habermas.
No Prêmio Ana María Harvey, concedido pela Aled, Adriana ficou em terceiro lugar. O concurso recebeu teses de países latino-americanos, como República Dominicana, Colômbia, Argentina, México, Uruguai e Brasil. Para chegar à competição internacional, a pesquisadora passou (com a melhor classificação) pelo crivo da Aled-Brasil, que avaliou teses brasileiras produzidas em 2020. A pesquisadora, que representou oficialmente a pesquisa em Análise do Discurso desenvolvida na UFMG, recebeu diploma e premiação em dinheiro. O primeiro lugar do prêmio internacional ficou com uma pesquisadora argentina, e o segundo, com uma mexicana.