O Grupo de Pesquisa em Poluição do Ar e Meteorologia Aplicada (GPama) da Escola de Engenharia instalou equipamentos para monitorar as concentrações de diferentes tamanhos de partículas atmosféricas em três pontos de Belo Horizonte: dois no campus Pampulha e um no campus VI do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet), no bairro Gameleira, na Zona Oeste da capital. 

Ao todo, são cinco amostradores de médio volume (ARA-FRM) e um de grande volume (AGV) — estações que avaliam a qualidade do ar e as condições meteorológicas. Posicionados em locais de medição ideal, eles conseguem aspirar o ar ambiente por meio de um filtro, o que possibilita, posteriormente, a realização de análises químicas.

Além das fontes normais de poluição, como indústrias e veículos automotivos, a campanha experimental também vai possibilitar estudos das partículas advindas das queimadas que assolam o Brasil nas últimas semanas. Para a professora Taciana Toledo, coordenadora do GPama, com o fogo se alastrando de maneira desordenada em boa parte do país, "é fundamental intensificar os controles sobre as atividades antropogênicas que geram emissões atmosféricas em um contexto local".

Estão sendo utilizados equipamentos manuais para avaliar os níveis de concentração atmosférica das frações legisladas MP10 (material particulado inalável, cujo diâmetro das partículas é menor ou igual a 10 micrômetros), MP2,5 (material particulado respirável, cujo diâmetro das partículas é menor ou igual a 2,5 micrômetros) e PTS (partículas totais em suspensão, cujo diâmetro das partículas é menor ou igual a 50 micrômetros). 

Na portaria principal da UFMG (Avenida Presidente Antônio Carlos), estão instalados três ARAs que coletam diferentes frações de partículas (as MP10, MP2,5 e PTS) e um AGV que coleta MP2,5. Na Estação Ecológica e no Cefet foram instalados dois ARA para coleta de MP2,5. O monitoramento manual de partículas será realizado durante o período de uma semana. 

Estação adicional
Taciana Toledo informa que, pela primeira vez no âmbito das suas pesquisas em Belo Horizonte, o GPama tem a oportunidade de também monitorar em tempo real as concentrações de gases e partículas, utilizando uma estação compacta de qualidade do ar e meteorologia. “Essa estação possibilita o acompanhamento em tempo real dos parâmetros legislados como dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono, ozônio, MP10 e MP2,5, além das variáveis meteorológicas como direção e velocidade do vento, temperatura e precipitação”, explica.

A estação adicional está localizada na portaria principal da UFMG e ficará em operação por um mês. Ela permite o acesso aos dados em tempo real por meio de um aplicativo.

Os departamentos de Engenharia Sanitária e Ambiental e de Química da UFMG estão envolvidos na iniciativa, juntamente com pesquisadores do Cefet, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) e do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).