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'Aqui tem ciência': lugar de mulher é na Reitoria

Pesquisa de doutorado da UFMG analisa discursos de dirigentes de universidades mineiras

A pesquisadora Pauline Pimenta
A pesquisadora Pauline Pimenta, autora de tese no Programa de Pós-graduação em Estudos LinguísticosArquivo pessoal

Dados do Ministério da Economia indicam que as mulheres ocupavam, em 2017, 43,8% dos cargos de chefia registrados formalmente no Brasil. Eram diretoras, chefes, supervisoras, gerentes, coordenadoras e dirigentes de instituições. O setor com mais mulheres em cargos de chefia, cerca de 60%, é a Administração Pública. 

Parte desse universo foi estudada pela pesquisadora Pauline Freire Pimenta, durante seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da UFMG, finalizado em 2019. Ela analisou os discursos de reitoras e vice-reitoras de universidades federais mineiras. 

Em 2018, na reta final da pesquisa, das 11 instituições do estado, seis ocupavam os principais cargos de gestão. Os detalhes do estudo são apresentados no episódio 31 do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa.


RAIO-X DA PESQUISA

Título original:  'Lugar de mulher é na Reitoria': análise discursivo-crítica das formações identitárias e das relações de poder de mulheres do alto escalão nas Ifes mineiras.

O que é: pesquisa de doutorado analisou a identidade e as relações de poder de mulheres reitoras de Minas Gerais, por meio de entrevistas gravadas com 12 atuais e ex-gestoras. Como resultados, foram observadas múltiplas identidades: esposa, mãe, mulher, professora, gestora, pesquisadora, profissional e "feminista”, bem como a reprodução de representações discursivas patriarcais, de obstáculos enfrentados por elas para exercer os cargos, além de negação de machismos e reafirmação de necessidade de equidade de gêneros.

Pesquisador: Pauline Freire Pimenta

Ano de defesa: 2019

Programa de Pós-graduação: Estudos Linguísticos 

Orientadora: Maria Carmen Aires Gomes (UFV/UFMG)

O episódio 31 do programa Aqui tem ciência teve produção, edição e apresentação de Alicianne Gonçalves, trabalhos técnicos de Breno Rodrigues e coordenação de jornalismo de Paula Alkmim. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG que abrange todas as áreas do conhecimento.

A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta resultados de trabalho de um pesquisador da Universidade. Em março, todos os episódios do Aqui tem ciência trarão pesquisas feitas na UFMG por mulheres e sobre mulheres. O primeiro episódio da série abordou a influência da questão de gênero no tratamento que as mulheres recebem no Sistema de Justiça Criminal.  

O episódio que vai ao ar na próxima semana (16/03) mostra como vivem as mulheres mães de crianças com a Síndrome Congênita do Zika vírus, em Campina Grande (PB). Em 23 de março, o Aqui tem ciência traz os modos de ser mulher representados nas capas da revista feminina Tpm

No encerramento da série, em 30 de março, o programa mostra como as escolhas de mobilidade urbana podem ser diferentes no caso de mulheres e homens de diferentes regiões de Belo Horizonte. 

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.

Reitoras na América Latina

Estudo divulgado na semana passada pelo Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (Iesalc), vinculado à Unesco, revela que apenas 18% de universidades públicas na região são comandadas por mulheres.

O resultado do levantamento foi apurado com base em uma amostra de nove países latino-americanos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá, Peru e Venezuela.

Apesar de as mulheres serem maioria entre os egressos nas instituições de ensino superior da região, os cargos de direção continuam sendo ocupados predominantemente por homens. "É urgente uma atuação pública que favoreça a paridade de gênero também na direção das universidades", defende o Iesalc.

As conclusões do estudo estão publicadas na página do Iesalc.