Arte e Cultura

Festival de Verão reforça compromisso com a diversidade cultural e a democracia

Atividade inaugural no Conservatório UFMG contou com a participação da deputada federal Duda Salabert e celebrou os 100 anos da Escola de Música

Duda Salabert, Alessandro Fernandes, Fernando Mencarelli e Carla Coscarelli na mesa de abertura
Duda Salabert, Alessandro Fernandes, Fernando Mencarelli e Carla Coscarelli na mesa de abertura Foto: Jebs Lima | UFMG

Foi aberta na noite desta terça-feira, dia 18, a 19º edição do Festival de Verão UFMG. A mesa inaugural repercutiu o tema deste ano, Outras palavras: diversidade cultural, decolonialidade e democracia, e contou com a presença do vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, da deputada federal Duda Salabert, do pró-reitor de Cultura, Fernando Mencarelli, e da diretora da Editora UFMG, Carla Coscarelli. A solenidade também marcou o início das comemorações do centenário da Escola de Música da UFMG e os 99 anos do Conservatório. O público também assistiu a um concerto do grupo Sonante 21, do Programa de Pós-graduação em Música da UFMG.

O pró-reitor de Cultura, Fernando Mencarelli, ressaltou que esta é a segunda edição em que o Festival de Verão é realizado em parceria com a Festa do Livro UFMG. “Quando fazemos o Festival com a Festa do Livro, entendemos que é no campo das palavras que estamos construindo esses encontros, entre diferentes culturas e manifestações. Mas não apenas na palavra escrita, aí pensamos em outras palavras, a palavra cantada, falada, cantada e transformada em som e imagem”, afirmou. 

Diversidade cultural e decolonialidade pautam o compromisso da UFMG com a escuta das múltiplas perspectivas artísticas e culturais, e a defesa da democracia se faz pela afirmação de outras vozes. Mencarelli reforçou que "outras palavras também diz respeito à revisão do passado, à diversidade cultural que precisa ser trabalhada. Enfim, outras palavras, outras visões de mundo, outros lugares”.

Duda Salabert:
Duda Salabert: universidade como ambiente para fomentar o simbólicoFoto: Jebs Lima | UFMG

'Resistimos no simbólico'
A deputada Duda Salabert recordou-se do tempo em que frequentava o Festival de Verão e destacou a importância da UFMG na defesa da democracia. “Passamos por períodos de perseguição às universidades, à ciência e ao pensamento crítico. Momentos críticos na nossa história. E a atuação da UFMG reforça a importância da universidade na superação da crise”, disse ela. A parlamentar afirmou que, sempre que há uma crise, tenta-se achatar o campo das humanidades, e o foco das políticas públicas se volta para os setores produtivos, “como se fossemos apenas máquinas de produzir”. “Nós resistimos no simbólico, no que nos inspira. ‘A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte’. A universidade é, também, um espaço para fomentar o simbólico”, disse Duda Salabert, ao citar versos da canção Comida, da banda Titãs. 

Alessandro Fernandes: espaço de inovação
Alessandro Fernandes: espaço de inovação Foto: Jebs Lima | UFMG

Na abertura da mesa, o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira falou de suas origens no campo das engenharias para afirmar que, embora normalmente se fale em inovação nas ciências exatas, não existe inovação sem desenvolvimento social, e, portanto, na UFMG a inovação se dá em todas as áreas. “O Festival de Verão é sinônimo de inovação, sempre nos leva de um lugar ao outro. O tema deste ano, a defesa da democracia, a decolonialidade, tudo isso representa a inovação no cantar, no dançar, no tocar.”

Encerrando a mesa de abertura, a diretora da Editora UFMG, Carla Coscarelli, ressaltou a diversidade das ações culturais da Universidade que abrem espaço a artistas pouco conhecidos. Ela também celebrou o fato de a Festa do Livro estar, mais uma vez, alinhada com um evento cultural tão importante quanto o Festival de Verão UFMG. “Realmente será uma grande festa, porque, neste ano, a Editora UFMG comemora 40 anos”, destacou.

Música contemporânea em diálogo com a palavra
Na sequência da abertura oficial do 19º Festival de Verão UFMG, o público presente no Conservatório assistiu ao concerto Música contemporânea em diálogo com a palavra e a tradição, do grupo Sonante 21. O grupo apresentou obras de compositores contemporâneos como Marlos Nobre, Cecília Nazaré de Lima, George Crumb e Luciano Berio. 

O professor Fernando Rocha, diretor do Sonante 21 e do Conservatório UFMG, explicou que o grupo buscou “criar um programa para trabalhar com a palavra”, em diálogo com o tema do festival. O diretor explicou ainda que o concerto presta homenagem ao maestro e compositor Marlos Nobre, primeiro brasileiro a reger a Royal Philarmonic Orchestra de Londres, falecido em dezembro de 2024, e mantém a tradição do grupo de prestigiar criadores da própria Escola de Música, no caso a compositora Cecília Nazaré de Lima, com a obra Élévation, baseada no poema de Charles Baudelaire.

O evento prossegue até o dia 28 de março com ampla programação em espaços culturais no centro de Belo Horizonte, no campus Cultural UFMG em Tiradentes e no campus Pampulha. 

Abertura do 19º Festival de Verão UFMG (18.3.2025)

Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Cultura