UFMG propõe Pacto da Ciência pela Inovação para fomentar negócios e transformação socioambiental
Rodada de debates com atores governamentais e empresariais para articulação do acordo terá início na segunda-feira, dia 17, em evento no auditório da Reitoria

Professores, pesquisadores, estudantes da graduação e pós-graduação e representantes das diferentes esferas do poder público e da iniciativa privada encontram-se na próxima segunda-feira, 17 de março, no auditório da Reitoria, para dar início aos debates para consolidação do Pacto da Ciência pela Inovação em Minas Gerais. O evento, aberto ao público, ocorrerá durante todo o dia, das 9h às 17h, com conferências, mesas-redondas e debates.
A iniciativa proposta pela UFMG contempla o conceito de inovação como ação transversal do ensino, pesquisa e extensão, que reúne competências de diversos atores para ações estratégicas e operacionais para impacto de transformação socioambiental. Segundo Juliana Crepaldi, gerente executiva da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), “o conceito de inovação está sempre em evolução e, na política institucional da Universidade, contempla um ecossistema e seu poder de transformar pelas diversas áreas do conhecimento, formando pessoas e gerando novos produtos, processos e serviços".
Ecossistema
“É nas universidades públicas brasileiras, maiores geradoras de patentes no país, que se forma a massa crítica que dá origem ao conhecimento com potencial transformador. Todos os estudantes da graduação e pós-graduação e, especialmente os calouros recém-chegados, precisam ter essa consciência. O processo é longo, exige anos de investimento governamental, seja na formação, seja em questões econômicas, até gerar a patente de um produto que vai para o mercado. Mas nesse ecossistema onde vários atores atuam em rede de colaboração, os empreendedores encontram o apoio financeiro e intelectual, como os oferecidos pela Fundepar (gestora de fundos de investimento da Fundep), Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), o Parque Tecnológico de Belo Horizonte e tantos outros", afirma o o diretor da Fundepar, Carlos Lopes.
O presidente do BH-TEC, Marco Aurélio Crocco Afonso, acrescenta que “a tríplice hélice desse ecossistema, que agrega as esferas do Estado e o setor privado às universidades, é o motor desse movimento de transformação, que materializa o conhecimento científico em impacto social”. Na UFMG, segundo ele, a intencionalidade da inovação está explícita na sua política institucional, o que a diferencia e lhe confere o know how para propor o Pacto da Ciência pela Inovação no Estado. "Percebemos que Minas Gerais tem todos os atores para movimentar esse ecossistema, mas precisamos que esse movimento seja coordenado. E esse evento se configura como uma chamada para essa coordenação", observa.
Ainda segundo Juliana Crepaldi, é essencial que esse ecossistema forme um combinado de competências para um ambiente que acomode inovação técnica, jurídica, industrial, design, mercado e as chamadas deep tech (tecnologias com robustez cientifica e tecnológica), especialmente em países como o Brasil, que ainda caminham para a maturidade na geração de negócios tecnológicos.
“Agregar capital relacional ao capital cultural também é fundamental para o sucesso de ações inovadoras de impacto socioambiental”, na avaliação de Crepaldi. Ela destaca o capital cultural da UFMG, instituído pelo núcleo de inovação formalizado desde 1997, e com excelência na gestão das pesquisas e promoção dos relacionamentos internos. E mais recentemente, o fortalecimento das ações conjuntas entre CTIT, BH-TEC e Fundepar. Mas ela também considera que o capital relacional com o Sistema Nacional de Inovação, precisa ser fortalecido, agregando o setor empresarial, fundos de investimento e fundações de fomento.
As análises de Juliana Crepaldi, Marco Crocco e Carlos Lopes foram feitas em entrevista concedida à jornalista Luíza Glória, durante o programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, na última terça-feira, dia 11. Ouça a íntegra da conversa.
Balanço Motirõ
Constituído sob os pilares da formação empreendedora em negócios de impacto e na aceleração de negócios, o primeiro ciclo do Programa Motirõ, da Fundepar, contou com 109 participantes e 15 empresas. Dessas, seis empresas e 42 pessoas têm vínculo com a UFMG. Segundo o diretor executivo da Fundepar, Carlos Lopes, foram 10 semanas intensas de trabalho teórico e prático, distribuídos nas quase 40 horas de conteúdos, oferecidas nas sedes da Fundepar e no BH-TEC, com participação de seis professores da Universidade.

“Todas as empresas aceleradas construíram o sumário executivo de seu negócio, que foi avaliado pela Fundepar sob a ótica de investimento. No dia 17 de março, durante o evento do Pacto da Ciência pela Inovação em Minas, divulgaremos o balanço desse primeiro ciclo e lançaremos chamada para inscrições no segundo ciclo do Motirõ, que contará com a parceria da Pró-reitoria de Extensão”, adianta o diretor executivo.
Programação
A mesa de abertura, às 9h, reunirá a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, a deputada estadual Beatriz Cerqueira, Lucas Mendes (Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) e Chyara Sales (Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte). Na sequência, às 9h30, a reitora mediará a primeira mesa-redonda sobre o Ecossistema de inovação de Minas Gerais, com participação de Carlos Arruda (Fapemig), Gustavo Macena (IEL/Fiemg), Marco Crocco (BH-TEC) e Adriana Muls (Diário do Comércio). Ainda na parte da manhã será apresentado o Ecossistema de inovação da UFMG.
Na parte da tarde, a partir das 14h, haverá apresentação do balanço da primeira rodada do programa Motirõ, da Fundepar, e a mesa redonda sobre Desenvolvimento de negócios de impacto e o compromisso da inovação com sustentabilidade. O encerramento está previsto para às 16h, com a conferência magna Pelo Pacto Global da ONU: ciência e inovação no combate às desigualdades, com a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.