Pesquisa e Inovação

Professora do ICB é premiada em programa de incentivo às mulheres na pesquisa

Rafaela Salgado busca tratamento para doenças com técnicas computacionais; Fernanda Tonelli, residente de pós-doutorado no ICB, também foi contemplada

Professora Rafaela Salgado foi uma das sete homenageadas
Rafaela Salgado: técnicas computacionaisPrograma L’Oréal-ABC Para Mulheres na Ciência

A professora Rafaela Salgado, do Departamento de Bioquímica e Imunologia, do ICB, foi uma das sete pesquisadoras brasileiras premiadas na 12ª edição do Programa Para Mulheres na Ciência, iniciativa da L'Oréal em parceria com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). A homenagem foi realizada na última terça-feira, 24, na Ilha de Bom Jesus, no Rio de Janeiro. 

Rafaela venceu na categoria Química por seu trabalho no desenvolvimento de novos medicamentos para enfermidades como a Doença de Chagas e a infecção pelo zika vírus, por meio de técnicas computacionais. Seu grupo de pesquisa busca alvos terapêuticos para inibir o funcionamento de proteínas fundamentais na fisiologia do vírus e do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas.

Com o método da computação, química medicinal e biologia estrutural, o grupo já avaliou 400 substâncias, que foram disponibilizadas, gratuitamente, pela organização Medicines for Malaria Venture. A expectativa é de que um dos compostos identificados seja capaz de inibir a cruzaína, enzima responsável por funções do protozoário – como a nutrição, a invasão das células do hospedeiro e em sua forma –,  resultando em novo tratamento contra a Doença de Chagas.

O próximo passo é utilizar o Planejamento Racional de Fármacos para desenhar um inibidor para uma protease, enzima capaz de quebrar outras proteínas do zika vírus, impedindo sua replicação. O grupo também pretende testar a ação dos inibidores em neurônios infectados para aplicar nos estudos sobre a microcefalia. 

Biofábricas

Outra pesquisadora da UFMG contemplada pelo programa é a bioquímica Fernanda Maria Policarpo Tonelli, pós-doutoranda que trabalha no projeto de utilizar tilápias-do-Nilo como biofábricas para a produção de substâncias como o hormônio do crescimento humano (hGH) – inovação que pode economizar milhões de reais por ano ao sistema público de saúde. "Em 2014, o SUS gastou quase R$125 milhões com a importação de hGH", informou a pesquisadora ao Boletim UFMG, em junho deste ano, para demonstrar a importância dessa linha de investigação. Leia a matéria.

Mais mulheres na ciência

O L’Oréal-Unesco For Women in Science, que no Brasil ganhou participação da ABC, foi fundado em 1998, com o propósito de incentivar a inserção de mulheres no âmbito científico. O programa identifica, recompensa, incentiva e põe em evidência o trabalho de pesquisadoras de todos os continentes. Duas delas, inclusive, chegaram a ser reconhecidas com o Prêmio Nobel em 2009: Ada Yonath, cientista israelense que ganhou o Nobel de Química, pelos seus trabalhos pioneiros sobre a estrutura do ribossomo, e Elizabeth Blackburn, bióloga molecular dos Estados Unidos, vencedora do Nobel de Fisiologia ou Medicina. 

Com informações do site do Prêmio Para Mulheres na Ciência