Previstas em Lei, bibliotecas prisionais estão presentes em menos de 40% das unidades no país
Tema será abordado em palestra 3ª Semana do Bibliotecário da ECI, nesta quinta-feira
O conhecimento adquirido por meio da literatura pode representar a possibilidades de dias melhores. Quando uma pessoa está presa, a literatura pode representar também a possibilidade de que ela se transporte para o mundo que está além das grades da prisão.
Negligenciadas pelo Estado e pelas administradoras das prisões, as bibliotecas prisionais são uma prerrogativa legal. É prevista na Lei de Execuções Penais 7.210, desde 1984, a existência de bibliotecas em penitenciárias brasileiras. Mesmo assim, menos de 40% do sistema penal brasileiro possui bibliotecas.
A programação da 3ª Semana do Bibliotecário da Escola de Ciência da Informação promove na quinta feira, 15, a palestra Biblioteca Prisional – Do negligenciamento da biblioteconomia ao laboratório para remição de pena por meio da leitura. A ideia é promover discussão acerca de um tema tão socialmente relevante.
A bibliotecária Cátia Lindemann, presidente da Comissão Brasileira de Bibliotecas Prisionais, falou sobre as unidades de biblioteca prisionais brasileiras em entrevista ao programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, nesta terça-feira, 13.
“As bibliotecas prisionais estão negligenciadas há 33 anos. Apenas no ano passado elas começaram a ganhar voz. Não é benevolência, é lei, lei é um direito, e direito não se discute”, defendeu.
O incentivo à leitura, de acordo com Cátia Lindemann, é fundamental no processo de reeducação dos presos.
“Não existe outra maneira de se combater a criminalidade pela raiz, e desafogar o cárcere, se não for por meio da educação. É lógico que não é uma coisa para ontem, a curto prazo, é a longo prazo, mas é a maneira eficaz de a gente desafogar as prisões”, afirmou.