Morre o professor José Antônio Souza de Deus, do IGC
Aposentado desde 2019, ele foi vice-diretor da Unidade e se dedicava a pesquisas sobre a população indígena
O professor aposentado do Instituto de Geociências (IGC) José Antônio Souza de Deus morreu nessa quarta-feira, aos 69 anos. Ele estava internado há cerca de um mês, depois de ser diagnosticado com câncer no fígado e no intestino em estágio avançado. O velório está sendo realizado até as 16h desta quinta-feira, 25, em Sete Lagoas (Praça José Antônio da Silveira, 71, Canaã).
José Antônio ingressou na UFMG como aluno, na primeira turma do curso de Geologia, em 1972. Dez anos depois, foi aprovado como docente do Departamento de Geologia e posteriormente lecionou também nos cursos de graduação de Geografia e Turismo, além de ter ministrado disciplinas introdutórias para outros cursos da Universidade. Atuou, ainda, nos programas de pós-graduação em Geologia e Geografia da UFMG. De 2005 a 2006, foi vice-diretor do IGC, na gestão do Professor Antônio Gilberto Costa.
Geografia cultural
Nos últimos anos, José Antônio dedicou-se a pesquisas na área de geografia cultural, especialmente a estudos sobre a população indígena. “Ele defendia o direito dos indígenas e avaliava os impactos e pressões das atividades mineradoras e industriais e da especulação urbana sobre as populações locais e tradicionais”, lembra a professora Maria Giovana Parisi, vice-diretora do IGC de 2018 a 2022 .
“Muito mais do que um colega de trabalho, Zé Antônio foi um amigo com quem tive a oportunidade de conviver. Conversávamos sobre os mais diversos assuntos, diariamente. Depois de se aposentar, ele estava muito animado em prosseguir com suas atividades de pesquisa e orientações na pós-graduação”, contou Antônio Gilberto Costa, que também foi seu colega de departamento.
“Zé Antônio era um colega e amigo querido há mais de 50 anos. Ele partiu para outra dimensão, mas deixou ótimas recordações, momentos de muita amizade e amor. Era aquele amigo generoso que, apesar de compartilharmos muitas coisas em comum, sabia respeitar as divergências quando surgiam. Vai fazer muita falta”, expressou a amiga Beatriz do Vale Dourado Wanderley.
“Ele faz parte da história do curso de Geologia da UFMG, desde a primeira turma que ingressou no campus. Durante o movimento estudantil dos duros anos 70, foi um lutador pela justiça e solidariedade entre as pessoas”, lembrou o professor Antônio Carlos Pedrosa Soares, vice-diretor do IGC de 1994 a 1998.
“A comunidade do IGC torna público seu pesar e lamenta a partida de um de nossos guerreiros”, expressou o atual diretor do instituto, Carlos Fernando Ferreira Lobo.