‘MonitoraCovid UFMG’ acompanha pessoas da comunidade em atividade presencial e semipresencial
Programa é baseado na autoverificação de sintomas, que devem ser relatados em sistema eletrônico antes do comparecimento aos campi e às unidades
A UFMG deu início, nesta semana, às atividades de um abrangente sistema de acompanhamento da saúde das pessoas da comunidade universitária em atividades presenciais e semipresenciais, o MonitoraCovidUFMG. O objetivo do programa é possibilitar a identificação precoce de casos suspeitos ou confirmados de covid-19, de forma a evitar a circulação das pessoas nos espaços da UFMG e rastrear seus contatos, em conformidade com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). O sistema foi desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI), em parceria com o Hospital das Clínicas, a Faculdade de Farmácia e a rede de laboratórios da UFMG de testagem da doença.
Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, com o MonitoraCovid UFMG, a Instituição dá mais um passo importante no enfrentamento da covid-19. "Trata-se de um sistema próprio de monitoramento das pessoas que circulam pelos campi da Universidade, com o intuito de preservar vidas e dar mais segurança a quem precisa atuar de forma presencial." Em sua visão, o sistema também será uma ferramenta importante no planejamento e acompanhamento das próximas etapas a serem adotadas pela UFMG em articulação com as autoridades sanitárias locais.
“A intenção é que o sistema funcione por meio da autodeclaração, com foco na autoverificação de sintomas. Por isso, ele depende, sobretudo, da responsabilidade da comunidade em fazer a sua parte no combate à pandemia”, explica a professora da Faculdade de Medicina Cristina Alvim, coordenadora do Comitê de Enfrentamento do Novo Coronavírus. “É uma questão que implica o compromisso de todos, da Instituição e das pessoas, para que possamos evitar situações de alto risco de transmissão", reforça.
Como funciona
Sempre que forem atuar em algum dos campi da Universidade, professores, estudantes e servidores técnico-administrativos devem entrar no sistema minha UFMG e preencher o questionário de autoverificação de sintomas. Esse questionário é composto de cinco perguntas curtas de múltipla escolha (respostas “sim” ou “não”) e demanda pouco tempo para o preenchimento. As perguntas são:
1) Você realizou atividades presenciais em espaços da UFMG ou em campos de estágio nos últimos 14 dias?
2) No momento, apresenta febre ou sintomas de covid-19 ou de outra doença infecciosa?
3) Apresentou a doença ou sintomas sugestivos de covid-19 há menos de 14 dias?
4) Alguém de seu domicílio ou contato próximo teve síndrome gripal suspeita ou confirmada por covid-19 há menos de 14 dias?
5) Apresenta condição de vulnerabilidade: idade maior que 60 anos, portador de doença crônica, incluindo cardiopatias, doenças respiratórias, imunodeficiências primárias ou adquiridas e doenças autoimunes, hipertensão, diabetes, obesidade (Índice de Massa Corporal acima de 30), gravidez?
Caso responda “não” a todas as perguntas, a pessoa estará liberada para comparecer normalmente à atividade presencial naquele dia. Se responder afirmativamente a uma ou mais dessas perguntas, o MonitoraCovid UFMG gera uma declaração a ser apresentada à chefia imediata ou ao setor responsável, no caso de estudante, e encaminha a pessoa ao Telecovid-19, sistema do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas.
O Telecovid-19
O Telecovid-19 tem quatro níveis de atendimento. O primeiro é um chatbot, programa de computador que atende o usuário e identifica a sua demanda. Se necessário, ele é encaminhado ao nível 2 ou 3, para ser atendido por telefone por um profissional de saúde. “Queremos que o estudante ou o trabalhador receba orientação precoce e adequada sobre os cuidados que deve ter consigo e com as pessoas com as quais se relaciona”, explica Cristina Alvim.
Com base na avaliação do Telecovid, o profissional de saúde poderá gerar um atestado de afastamento da atividade presencial para o trabalhador e agendar, nos casos suspeitos, um teste RT-PCR. Esse trabalho será feito por equipe baseada na Faculdade de Farmácia e treinada pela rede de laboratórios da UFMG que oferece suporte ao diagnóstico da doença em Minas Gerais.
Mesmo que seja para informar que está bem
Cristina Alvim explica que, apesar de não ser um procedimento obrigatório, o ideal é que todos que estão em atividade presencial ou semipresencial acessem o MonitoraCovid UFMG toda vez que forem à Universidade – mesmo que todas as suas respostas no questionário de autoverificação de sintomas venham a ser "não".
“A atualização contínua dos dados é que nos vai possibilitar a geração de indicadores precisos sobre a pandemia na Universidade, de forma a criar medidas mais eficazes de combate ao vírus e aprimorar as já existentes”, explica a coordenadora da força-tarefa de combate à circulação do novo coronavírus na UFMG.
Esses dados poderão ser consultados diariamente por quem acessar o sistema. “Lá consta o número de casos da doença confirmados até o momento e o de casos de sintomas de síndrome gripal”, exemplifica Cristina.
A professora recomenda que a pessoa faça a autoverificação dos sintomas ainda em casa, antes mesmo de sair para a Universidade. O acesso ao MonitoraCovid pode ser feito pelo sistema MinhaUFMG ou no site Coronavírus, no Portal UFMG
Planejamento para o retorno gradual
A UFMG vem acompanhando as recomendações das autoridades sanitárias e trabalha com a necessidade de manter medidas de biossegurança em seus ambientes – fluxo reduzido de pessoas, uso contínuo de máscaras, manutenção de distanciamento social e monitoramento das pessoas que circulam pelos espaços – até, no mínimo, meados de 2021.
“Há boa expectativa de que a vacina vai chegar, mas não temos certeza de quando nem como ocorrerá esse plano de vacinação. Além disso, sabemos que os grupos prioritários são os idosos, os trabalhadores de saúde, entre outros. Então, já prevemos que deve demorar algum tempo para que a campanha de vacinação alcance a população jovem da Universidade", pondera a professora Cristina Alvim.
“De todo modo, a nossa expectativa é que o número de pessoas em atividade presencial na UFMG possa progredir de acordo com o Plano de retorno de atividades não adaptáveis ao modo remoto e à medida que a vacinação for efetivamente acontecendo e o número de casos alcançar patamares considerados seguros. Essas situações, porém, precisam ser cuidadosamente acompanhadas, para que a volta se dê com a maior segurança possível. Daí a importância do MonitoraCovid UFMG”, destaca.
Etapas
Elaborado com base nas evidências científicas disponíveis, o plano para o retorno presencial das atividades profissionais não adaptáveis ao trabalho em modo remoto é dividido em etapas.
A etapa 1 consistiu no retorno gradual ao trabalho presencial dos trabalhadores de atividades não adaptáveis ao modo remoto até o limite de 20% do total de servidores da Universidade. Essa etapa, iniciada em setembro, é a que vigora atualmente.
As próximas etapas preveem o aumento do limite de servidores da etapa 1 (20%) para 40% (etapa 2) e o retorno pleno de todo o corpo profissional da Universidade ao trabalho presencial (etapa 3). Essas etapas ainda não têm previsão de início, pois dependem da aquiescência das autoridades locais de saúde e de uma série de condições que ainda não foram atendidas.
No caso da etapa 2, essas condicionantes passam pela inexistência de surtos de contaminação nas unidades acadêmicas e em toda a Universidade e pela manutenção de um nível de alerta verde desde dois meses antes, pelo menos, nos municípios em que a UFMG tem instalações.
Para a etapa 3, as condicionantes seriam a pandemia estar efetivamente controlada e/ou existir uma vacina eficaz e já disponível para toda a população. “Para chegarmos a esse estágio, ainda vamos percorrer um longo e gradativo caminho, que inclui o monitoramento cuidadoso da nossa comunidade”, finaliza Cristina Alvim.