Literatura LGBT é tema de entrevista no programa Universo Literário
Escritor e especialista em literatura de temática LGBT Vinícius Fernandes comentou o caso da Bienal do Rio de Janeiro
A 19ª edição da Bienal do Livro do Rio de Janeiro teve entre os seus momentos marcantes um episódio de intolerância: o prefeito Marcelo Crivella determinou que fiscais da prefeitura recolhessem uma publicação em quadrinhos que continha um beijo homoafetivo. O prefeito deu a justificativa de uma suposta "proteção às crianças", alegando que a HQ continha material pornográfico, e, portanto, impróprio para o público infantil.
A referida publicação é Vingadores: a cruzada das crianças, que conta a história dos personagens Wiccano e Hulking, um casal gay que tem um beijo retratado em uma das imagens da obra. Pela legislação brasileira, beijos não são considerados material pornográfico ou impróprio para crianças.
A ação de Crivella causou revolta em autores, especialistas, na organização da Bienal e também no público e gerou efeito diferente do esperado pelo prefeito: a publicação se esgotou em minutos e, ao longo da Bienal, as obras de temática LGBT tiveram procura recorde, segundo a organização.
Um dos destaques da Bienal do Livro do Rio de Janeiro deste ano foi justamente a diversidade, com painéis para debater a literatura trans e LGBTQA+. Em nota, a organização lembrou que o evento “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser.” Lembrou ainda que a Bienal “é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados.”
Um dos autores que participou desta edição é Vinícius Fernandes, especialista em literatura LGBT. No programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa, ele falou sobre a polêmica na Bienal e sobre a importância da literatura de temática LGBT. A conversa foi ao ar nesta quarta-feira, 11.