Fórum propõe redes para enfrentar problemas dos municípios do Quadrilátero Ferrífero
Foi estabelecida uma agenda de ações para cada um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Como as instituições de ensino e de pesquisa, entidades, empresas e os diversos segmentos da sociedade organizada podem contribuir para o desenvolvimento do Quadrilátero Ferrífero e do país? O fim da mineração é, de fato, a solução para os problemas de ordem social e ambiental? Essas foram algumas das questões discutidas durante o fórum O Quadrilátero Ferrífero e os ODS: visões de futuro, que terminou nesta quinta-feira, 28, no auditório central da Escola de Engenharia, no campus Pampulha.
Para cada um dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, foi proposta uma agenda de ações e meios para o enfrentamento de problemas comuns por que passam municípios brasileiros, em especial aqueles sob influência da mineração. Entre as proposições – sistematizadas pela relatoria do encontro –, está o fortalecimento das redes de cooperação interinstitucional com o objetivo de mobilizar outras frentes, atores e instâncias da sociedade.
“A ideia é fazer que o conhecimento produzido e fomentado evolua e contribua de forma efetiva e perene para o desenvolvimento dos municípios, em especial aqueles economicamente dependentes da mineração”, destacou o coordenador do fórum, Renato Ciminelli.
Mutirão
Entre as ações propostas, está o mutirão formado por Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Fundação Oswaldo Cruz. O objetivo é formar e intensificar parcerias para o desenvolvimento econômico e sustentável do QF. “A SPBC Minas se coloca à disposição para fazer frente aos desafios de preservação ambiental e de justiça social da região e do país”, disse a representante da entidade, Andrea Macedo, que é professora do ICB.
De acordo com a pró-reitora de Extensão pro-tempore da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Fernanda Corghi, os debates sobre as visões de futuro para o QF passam pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão nas universidades públicas. “A produção do conhecimento deve estar a serviço da melhoria da realidade desses municípios. Para tanto, faz-se necessário concatenar e alinhar objetivos em diversos níveis e instâncias. Temos de fazer ‘o dever de casa’ em nossas instituições”, afirmou a professora, que elencou “experiências exitosas” da UFSJ desenvolvidas em comunidades do entorno dos seus campi nas regiões do Campo das Vertentes e do Alto Paraopeba, como Congonhas e Ouro Branco, cidades mineiras integrantes do QF.
Painéis temáticos
Nos dois dias do evento, painelistas, estudantes, pesquisadores e representantes de diversas entidades compartilharam suas experiências nas áreas de meio ambiente, saúde, questão hídrica, governança, direitos humanos, identidade territorial, desenvolvimento integrado e direito à educação. Foram discutidos temas como água e governança em paisagens de mineração, identidade territorial, desenvolvimento integrado e direito à educação.
O fórum é fruto de parceria entre a Pró-reitoria de Extensão da UFMG, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Recursos Naturais e Biodiversidade (INCT Acqua), sediado na Universidade, o Geopark Quadrilátero Ferrífero e outras entidades.
As conclusões do evento também serão encaminhadas ao Fórum de Pró-reitores das Instituições Públicas de Educação Superior (Forproex) e ao 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (Cbeu), evento que a UFMG sediará em 2020, de 15 a 17 de julho, e cujo tema será Redes para promover e defender os direitos humanos.