‘Cidades inteligentes’ do Brasil pouco se preocupam com patrimônios culturais
Dissertação da Ciência da Informação analisou 56 trabalhos sobre o assunto; pesquisa é tema do ‘Aqui tem ciência”, da Rádio UFMG Educativa
Como os patrimônios culturais vão sobreviver em meio ao uso crescente de tecnologias no ambiente urbano? Preocupada com questões como essa, a historiadora e mestra em Ciência da Informação Juliana de Castro desenvolveu sua dissertação de mestrado intitulada O patrimônio cultural nas cidades inteligentes.
O conceito de cidade inteligente trata de centros modernizados que têm seu cotidiano fortemente influenciado por sistemas automatizados de trânsito e dispositivos hídrico e elétrico, entre outros. A pesquisadora analisou 56 estudos sobre o assunto e a aplicação de algumas dessas propostas no Brasil. O trabalho identificou fraquezas em relação à questão patrimonial nos projetos que vêm sendo implementados em território nacional.
O fato da maioria dos rankings que avaliam o poder de cidades pelo mundo desconsiderarem ações de valorização de patrimônios histórico-culturais é citado pela autora como uma das principais motivações do descaso com a questão patrimonial. Nesse sentido, outro ponto que chamou atenção é que muitas cidades se preocupam com seus bens histórico-culturais somente quando existe a possibilidade de geração de lucro, principalmente por meio do turismo.
Em seu estudo, Juliana de Castro sugere que a ideia de patrimônio inteligente pode ser uma alternativa para os problemas relacionados à gestão patrimonial. Saiba mais no novo episódio do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa.
Raio-x da Pesquisa
Dissertação: O patrimônio cultural nas cidades inteligentes
O que é: trabalho investigou a preservação patrimonial nas cidades inteligentes
Autora: Juliana Martins de Castro
Programa: Pós-graduação em Gestão e Organização do Conhecimento (Escola de Ciência da Informação
Orientadora: Renata Maria Abrantes Baracho Porto
Ano da defesa: 2020
Disponível em: O patrimônio cultural nas cidades inteligentes | Castro | Em Questão (ufrgs.br)
O episódio 88 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Filipe Guedes. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.
O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.
O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.