Extensão

Estudantes discutem integração dos africanos no Brasil e na UFMG

Evento integra a programação do Novembro Negro e é motivado pela entrada em vigor da nova Lei da Migração

Entrou em vigor, ontem, a Lei da Migração, sancionada em maio deste ano, que substitui o Estatuto do Estrangeiro, de 1980. A nova legislação prevê a criação do visto humanitário, impede a deportação imediata na fronteira e define que estrangeiros têm os mesmos direitos trabalhistas dos brasileiros. Na próxima segunda-feira, 27 de novembro, a Lei será tema de uma roda de conversa, às 17h, no Centro Acadêmico de Filosofia (Cafca), na Fafich. O evento compõe a programação do Novembro Negro.

A situação dos estudantes africanos e seus desafios para uma integração social e acadêmica na UFMG contará com a participação do estudante de Economia Abdoul Razack Fassassi, de Benin, do aluno de Comunicação Social Jude Civil, do Haiti, e de Alexandre Braga, aluno de Ciências do Estado e diretor de Relações Internacionais da União dos Negros pela Igualdade (Unegro).

De acordo com Alexandre Braga, a ideia de promover a conversa surgiu da observação dos problemas enfrentados por estudantes africanos na Universidade. “Motivados pela nova Lei e pelo mês da consciência negra, queremos criar uma espécie de ponte para que eles possam externar suas dificuldades, já que o Estatuto do Estrangeiro restringia sua participação nos debates políticos", afirma Braga.

Jude Civil: estereótipos no processo de integração
Jude Civil: estereótipos no processo de integração Raíssa César / UFMG

Há três anos no Brasil, o haitiano Jude Civil pretende contar sua experiência como estudante negro e o processo de integração à sociedade brasileira. "Apenas aqui no Brasil me percebo como negro. Sou estrangeiro na UFMG, mas principalmente um negro lá fora, enfrentando os estereótipos associados à minha cor", ele diz.

Alexandre Braga comenta que a atividade se destaca, na programação do Novembro Negro, em razão de seu caráter “mais descontraído”. “Vamos tentar levar comidas típicas dos países africanos para fazer um lanche comunitário e estabelecer um formato menos formal, menos acadêmico”, afirma.

O evento é gratuito e aberto às comunidades interna e externa. Mais informações podem ser obtidas na página do evento, no Facebook.