Internacional

Em encontro na Espanha, reitora propõe ações para igualdade de gênero

UFMG e outras seis universidades firmam acordo para formação de residência doutoral em física

Sandra Regina durante apresentação em Granada:
Sandra Almeida durante apresentação em Granada: geração de conhecimento e políticas públicasArquivo pessoal

As universidades, em especial as públicas, devem desempenhar papel central no combate à desigualdade de gênero por meio da produção de conhecimento e do desenvolvimento de políticas públicas, defendeu a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, em sua apresentação na 19ª edição do Encontro de Reitores do Grupo Tordesilhas, que está sendo realizado na Universidade de Granada, na Espanha. 

“Trata-se de um desafio que as universidades precisam abraçar”, disse a reitora, que participou na tarde desta segunda-feira, 12, de mesa sobre igualdade de gênero. O encontro, que começou no último domingo, dia 11, e termina hoje, 13, debate as contribuições que as universidades podem oferecer ao alcance de três Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): redução das desigualdades, educação de qualidade e a própria igualdade de gênero. Ao todo, a Organização das Nações Unidas (ONU) estipulou 17 objetivos, que integram a chamada Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Sandra Goulart Almeida fez uma apresentação panorâmica da Universidade que incluiu um recorte de gênero. Segundo ela, as mulheres correspondem a 45% do corpo docente, a 53% dos estudantes de graduação e a 58% dos estudantes de pós-graduação da UFMG. Ela indicou algumas linhas de ação que podem ser adotadas pelas universidades para alcançar a equidade de gênero, como o combate a preconceitos históricos, culturais e sociais, a luta contra a violência e a exploração sexual, o combate à feminização da pobreza e desigualdade no mercado de trabalho, a luta pelo acesso universal à saúde sexual e reprodutiva, o estímulo à educação inclusiva e o fortalecimento de direitos, políticas e legislações de proteção às mulheres.

A mesa Objetivo 5: igualdade de gênero foi mediada pela professora Teresa Ortega López, vice-reitora de Responsabilidade Social, Igualdade e Inclusão da Universidade de Granada, anfitriã do encontro. A mesa também reuniu Carmen Vela Olmo, diretora de Projetos Colaborativos do Laboratório Eurofins Ingenasa, Maria Vicenta Mestre Escrivá, reitora da Universidade de Valencia, e Anália Torres, professora da Universidade de Lisboa.

Cooperação
O Grupo Tordesilhas é uma rede acadêmica formada por universidades do Brasil, de Portugal e da Espanha, que tem como objetivo promover cooperação nas áreas de ciência e tecnologia. A rede foi criada em julho de 2000 durante a Primeira Reunião de Reitores das Universidades do Brasil, Espanha e Portugal, em meio às comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. Reúne 55 instituições, das quais 29 são brasileiros, 18 espanholas e oito portuguesas.

Residência doutoral em Física
Sete universidades do Brasil, da Espanha, de Portugal e da Alemanha estão se unindo para criar a Escola Doutoral Tordesilhas em Física. O convênio envolve a UFMG, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), do Brasil, as universidades de Sevilha e de Granada, da Espanha, a Universidade de Lisboa, de Portugal, e a Universidade de Münster, da Alemanha.

O convênio prevê a cooperação e o intercâmbio científico dos grupos de pesquisa das universidades envolvidas, podendo incluir outros centros, o treinamento de novos pesquisadores em física e a mobilidade de estudantes de pós-graduação e de pesquisadores entre as instituições parceiras.