‘É possível construir uma vida universitária pautada nos direitos humanos’, diz Marlise Matos
Professora do Departamento de Ciência Política ministrou, nesta segunda, aula inaugural para os novos estudantes da UFMG

Na manhã desta segunda-feira, 2, foi realizada a cerimônia de recepção aos estudantes que ingressam na UFMG no primeiro semestre letivo de 2020. No Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), a reitora Sandra Regina Goulart Almeida saudou os calouros aprovados na primeira edição anual do Sisu 2020 e do Vestibular de Habilidades. "Vocês começam agora uma nova vida, que será repleta de experiências e desafios. Convido todos vocês a viver a UFMG e as múltiplas oportunidades que a Universidade oferece para além das salas de aula", conclamou a reitora.

Em seguida, os estudantes assistiram à aula magna proferida pela professora Marlise Matos, do Departamento de Ciência Política (DCP) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). “É possível construir a vida universitária pautada, fundamentalmente, em uma agenda de direitos humanos”, introduziu Marlise Matos.
A cientista política destacou que as instituições de ensino desempenham importante tarefa na sociedade como espaços de disseminação de valores sociais e formação de sujeitos críticos e reflexivos. “O convite que faço é para que busquemos superar preconceitos, opressões e violências, já que a universidade continua, em alguma medida, por ação ou por omissão, reforçando desigualdades, como a divisão sexual e racial do conhecimento.”
Marlise reforçou que a primazia dos direitos humanos, especialmente numa sociedade violenta e desigual, deve constituir o próprio sentido da universidade. “Qual é nossa razão de ser? Quais os objetivos das nossas produções científicas? A quem estamos servindo? Que modelo de ciência deixaremos para as novas gerações?”, provocou.
O diálogo entre a ciência formal e os saberes não acadêmicos também foi destacado por Marlise Matos. “A UFMG tem sua excelência consolidada porque reconhece, por exemplo, os saberes tradicionais dos povos indígenas e quilombolas, que são tão importantes quanto os acadêmicos”, argumentou a professora, enfatizando que a universidade encampa atualmente um “movimento de resistência, motivado pela onda ultraliberal que tem tentado homogeneizar o que é diverso, plural e livre”.

A TV UFMG também acompanhou a recepção no CAD 1:
'Welcome'
Simultaneamente, na Faculdade de Ciências Econômicas, o diretor de Relações Internacionais, Aziz Tuffi Saliba, deu as boas-vindas aos estudantes de cerca de 20 países que participam da Semana de Orientação do Estudante Internacional da UFMG. O professor da Faculdade de Letras (Fale) Henrique Leroy apresentou aos estudantes as oportunidades para aprender português como língua adicional.
Aziz Saliba expôs um breve histórico da UFMG e lembrou que a instituição mantém mais de 600 convênios de cooperação com cerca de 400 instituições estrangeiras. Ele também destacou o desempenho da Universidade nos rankings internacionais, como o Emerging Economies University Rankings 2020, da revista britânica Times Higher Education (THE), divulgado no mês passado. Nessa classificação, a UFMG é a única federal brasileira a ocupar o percentil 25 das instituições universitárias mais bem avaliadas no mundo.
Os estudantes também foram orientados sobre oportunidades como o programa Summer School on Brazilian Studies (SSBS), que oferece, no mês de julho, duas semanas de aulas sobre direito, economia, política e cultura brasileira.

Para a estudante do curso de Turismo Bernadette Strupeni, a escolha pela UFMG se justificou “pelas ótimas recomendações”. Nascida na Argentina, ela já morou na Itália e pretende estudar em Portugal após o semestre cursado na UFMG. “Estou encantada com o Brasil, porque, diferentemente do que ouvimos na Europa sobre violência e insegurança, é um país muito amável e acolhedor” afirmou.
A expectativa é compartilhada pela mexicana Juliette Sandoval, que cursará o quinto período em Medicina. “O curso na UFMG oferece muito contato com os pacientes. Para mim, que farei ginecologia e obstetrícia, isso representa uma oportunidade muito valiosa.”
Nesta terça, 3, das 14h às 16h, na arena da Praça de Serviços, os calouros estrangeiros encontrarão seus padrinhos e madrinhas, voluntários da comunidade acadêmica da UFMG. Eles ajudarão seus afilhados em rotinas acadêmico-administrativas e na adaptação cultural, participando de eventos, sugerindo programações para fins de semana, apresentando as unidades acadêmicas da UFMG, entre outras atividades.
Em outro vídeo produzido pela TV UFMG, a professora Márcia Lousada, diretora de Políticas de Apoio Acadêmico da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), fala sobre a Tenda Viver UFMG, espaço de acolhimento e orientação aos calouros montado na Praça de Serviços, no campus Pampulha.