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Carnaval de BH tem origens na fundação da cidade

Expresso 104,5 conversou com o historiador do carnaval Marcos Maia

Escolas de samba nunca deixaram a folia morrer em BH
Escolas de samba nunca deixaram a folia morrer em BH Flickr - PBH

O ano era 1899. Apenas 2 anos após a inauguração da nova capital mineira, Belo Horizonte já ganhava o seu primeiro grupo carnavalesco, chamado ”Diabos de Luneta”. E o desfile era feito com o melhor que havia na época: 10 carros alegóricos, simples, limitados, mas cheios de adereços, fantasias e críticas. Naquela virada do século XIX para o século XX, as transformações econômicas ocorridas no sudeste refletiam nas esferas sociais e culturais das cidades, que se encontravam divididas.  De um lado, uma elite que se inspirava numa cultura urbana e europeia. Do outro, as classes economicamente desfavorecidas, formada por ex-escravos, seus descendentes, e brancos de origem humilde, que praticavam maxixes e entrudos. Esses dois universos, que naquele momento não se misturavam, acabaram aumentando o contato entre eles com o decorrer das décadas. Assim foi formado o caráter diversificado do carnaval belo-horizontino, com a coexistência de diferentes tipos de manifestações. O carnaval de BH foi muito popular até o início da década de 1990, quando, após uma enchente, a prefeitura decidiu cancelar os desfiles das escolas de samba, que só voltaram a desfilar anos depois fora do centro da capital. Com isso a festa perdeu apoio do poder público e desapareceu das regiões centrais da cidade. Em 2009 há uma revitalização do carnaval de BH com o ressurgimento dos blocos de rua. Com um caráter político, em protesto aos decretos do então prefeito Márcio Lacerda, que tentava impedir a realização de qualquer tipo de evento em Praça pública. Hoje, o nosso carnaval já é o terceiro maior do Brasil, tendo recebido quase 4 milhões e meio de foliões no ano passado.

E é para falar mais sobre a história e a evolução do carnaval de Belo Horizonte, nós vamos conversar agora com o historiador e pesquisador Marcos Maia, que vai abrir a semana do Carnaval aqui no Expresso 104,5.

Ouça a conversa com Filipe Sartoreto

O Movimento Gentileza realiza, até o dia 1º de março, a 2º Mostra Gentileza no Carnaval, que proporciona uma experiência interativa para os visitantes, mostrando um novo olhar sobre a diversidade do Carnaval belorizontino. A exposição traz cenas das festas antigas, trajes dos grupos campeões do Carnaval de 2019, um mapa gigante com os blocos de cada regional da cidade e também um grande mural pintado pelo artista Fernando Perdigão. A Mostra Gentileza no Carnaval fica em exposição até o dia primeiro de março no Hall da Prefeitura de Belo Horizonte -  Av. Afonso Pena, 1212, Centro. Para mais informações, acesse prefeitura.pbh.gov.br.

Produção: Célio Ribeiro, sob orientação de Hugo Rafael e Luíza Glória