Carga viral no esgoto de Belo Horizonte e Contagem caiu na última semana de janeiro
Taxas ainda estão próximas às de julho de 2020, período crítico da pandemia de covid-19, segundo estudo coordenado por pesquisadores da UFMG
A carga viral (quantidade de cópias do vírus) detectada nas amostras de esgoto oriundo de Belo Horizonte caiu nas últimas duas semanas do projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos, segundo o Boletim de Acompanhamento nº 30, divulgado nesta sexta-feira, 5 de fevereiro.
A quantidade de cópias do vírus detectada nas coletas entre 18 e 29 de janeiro é praticamente a metade da que foi encontrada entre o final de 2020 e as primeiras semanas de 2021. Apesar da redução nas duas últimas semanas de janeiro, os pesquisadores destacam que a carga viral atual está em patamar similar à que foi observada em julho de 2020, período considerado crítico da pandemia de covid-19.
Na capital mineira, a quantidade de cópias do vírus detectada na mais recente semana de estudos é de aproximadamente 15 trilhões por dia, contra 30 trilhões reportados no boletim anterior. Em julho de 2020, a contagem de cópias do vírus chegou a 18 trilhões por dia.
A estimativa de pessoas infectadas, levando em conta a metodologia adotada a partir do Boletim nº 29, também caiu na mais recente semana de estudo, chegando a cerca de 130 mil pessoas em Belo Horizonte e cerca de 20 mil pessoas em Contagem (MG).
Os resultados das amostras de esgotos coletadas durante todo o projeto estão acessíveis no Painel Dinâmico Monitoramento Covid Esgotos.
Avisos precoces
O projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos monitora a presença do novo coronavírus nas amostras coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. O trabalho é fruto de acordo firmado entre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e o INCT ETEs Sustentáveis/UFMG e tem participação da Copasa, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social e gerar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da covid-19 de forma regionalizada. Um dos objetivos do projeto é prover subsídios para as decisões dos gestores públicos.
O trabalho é fruto de acordo firmado entre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e o INCT ETEs Sustentáveis/UFMG e tem participação da Copasa, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.