Agenda de gênero em disputa
Erosão das democracias pelo mundo impulsiona discurso conservador e autoritário
“Hoje, em um momento em que nossa preocupação é o com a erosão das democracias, a agenda de gênero está no centro, mas sendo disputada e questionada”, afirma a presidente da Associação Brasileira de Ciência Política e professora da Universidade de Brasília (UnB), Flávia Biroli. Ela participou da 2 a Conferência Internacional das Humanidades, realizada entre 9 e 11 de dezembro na UFMG, como palestrante na mesa redonda Justiça, Diversidade e Direitos Humanos.
Flávia identifica uma mudança do cenário político mundial, sobretudo a partir da segunda década dos anos 2000, com a ascensão de agendas políticas conservadoras (e, em alguns casos, até autoritárias) que procuram restringir as vozes dos movimentos de gênero e de diversidade sexual. No centro da discussão, há uma visão conservadora de família. “Existem grupos que têm manifestado, em nome da família, visões autoritárias de restrições dos direitos individuais e restrições de políticas públicas”, explica a cientista política.
A solução? Para Flávia, o caminho está na resistência: “Não estamos consolidando, estamos disputando alternativas em um momento grave e de desconsolidação de direitos”. Assista a entrevista concedida pela cientista política à TV UFMG:
Equipe: Luciana Julião (produção, reportagem e edição de conteúdo); Leonardo Milagres (imagens); Marcelo Duarte (edição de imagens).