Extensão

Dialética da vida e da morte será tema de encontro transdisciplinar

Pesquisadores da Belas Artes, da Letras e da Face mostrarão suas experiências com base na leitura de Walter Benjamin

Parte da obra Antígona 2017, de Patrícia Franca-Huchet
Parte da obra Antígona 2017, de Patrícia Franca-Huchet Acervo de Patrícia Franca-Huchet

Um encontro marcado pela interação de espectadores e três pesquisadores de áreas distintas – ciências econômicas, letras e artes –, que manifestarão suas percepções sobre vida e morte por meio de fotografias, outras imagens e poesia. Essa é a proposta do "mosaico" que será realizado pelo Instituto de Estudos Transdisciplinares (Ieat/UFMG), na próxima segunda-feira, 11, das 19h30 às 22h, no Conservatório UFMG (Avenida Afonso Pena, 1.534). Para participar é necessária inscrição por meio de preenchimento do formulário eletrônico.

“Longe de ser melancólico, falar de vida e morte nessa proposta é destacar a força da abertura para mobilização provocada por episódios de tristeza e sofrimento”, segundo uma das participantes, a professora da Faculdade de Ciências Econômicas e residente do Ieat Ana Paula Paes de Paula. 

A experiência que une a professora aos outros dois pesquisadores do Ieat – Luis Alberto Brandão, da Faculdade de Letras, e Patricia Franca-Huchet, da Escola de Belas Artes – é baseada na leitura do filósofo alemão Walter Benjamin. “Percebemos que a melancolia era uma questão comum entre nós. A partir da leitura de Walter Benjamim, que  também trata da dialética da vida e da morte, construímos juntos essa proposta”, conta Ana Paula.

Passagem e mobilização
“Walter Benjamim, na minha opinião, é o autor mais otimista da Escola de Frankfurt. De fato, a morte não deixa de ser uma continuidade e por isso não podemos associá-la à tristeza. A melancolia que vem desse momento tem muita força. Depois do recolhimento, há sempre abertura para uma passagem, para uma mobilização”, comenta.

A experiência de melancolia vivenciada por Ana Paula será apresentada na conferência por meio da exposição de fotografias de sua autoria. Patricia Franca-Huchet também vai apresentar fotografias, e Luis Alberto Brandão participará com seus próprios poemas.

A proposta do encontro é pôr em diálogo, por meio de aproximações, tangências, contrastes, desvios, interferências e outras formas de interação, diversas imagens de vida, de morte e de "vida-e-morte", produzidas por eles e/ou livremente extraídas das artes visuais, da arquitetura, da literatura, da crítica literária, da filosofia, das ciências sociais, da psicanálise e de outros campos. 

De acordo com os pesquisadores, serão propostas algumas matrizes a desenvolver: pulsão de vida e de morte; o aqui e o agora; infância; pulsão anarquista; poesia; vitalidade e risco; a herança do tempo; arquétipos junguianos e imagens do tarot; a morte insustentável; a figura de Antígona; perfis de mortos e vivos nas redes sociais; a montagem.

Com setor de divulgação do Ieat