Quando pensamos no assunto barragens, logo lembramos dos desastres criminosos aqui em Minas Gerais: em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, em janeiro do ano passado. O debate sobre a questão das barragens vai além da destruição ambiental e das mortes, abarcando também as condições e o “terror psicológico” sofrido por aqueles que moram próximos a barragens e convivem com o medo diariamente. 

Estes acontecimentos recentes, e a reação contra eles, marcam presença nos noticiários dos últimos 5 anos, mas a trajetória de mobilizações é muito mais antiga. Na década de 1970, agricultores dos Rio Grande do Sul e Santa Catarina se uniram contra a construção de usinas hidrelétricas no Alto Uruguai. A publicação dos estudos de aproveitamento do potencial energético da região, em 1979, motivou a criação de uma Comissão de Atingidos por Barragem que se tornou, em 1985, o Movimento dos Atingidos por Barragem. 

Em 1989 foi realizado o Primeiro Encontro Nacional de Trabalhadores Atingidos por Barragens e, dois anos depois, em março de 1991, o Primeiro Congresso dos Atingidos de Todo o Brasil. Este último evento, que decidiu as diretrizes do MAB, instituiu o dia 14 de março como o Dia Nacional de Luta Contra as Barragens. Esta data é usada como referência para a realização de uma série de ações que buscam a defesa da vida humana e ambiental  e a conscientização da população acerca dos impactos permanentes gerados por barragens de mineração e de usinas hidrelétricas.
Para saber mais sobre o Movimento dos Atingidos por Barragem e o Dia Nacional de Luta Contra as Barragens, o programa Conexões com Soniamara Maranho, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragem.