A programação do Festival de Verão UFMG desta quarta, 26 de março, terá exibição de filme, música, workshop e literatura. A 19ª edição do evento tem atrações inteiramente gratuitas e para públicos de todas as idades.

A Festa do Livro UFMG também integra o festival. Contando com a presença de 46 editoras brasileiras e descontos a partir de 40% em livros, o evento também oferece uma extensa programação cultural na Praça de Serviços do campus Pampulha.

A partir das 12h, Jéssica Gaspar apresenta um show eclético, que transita pela MPB e pelo afrohouse. Nova promessa da música brasileira, ela começou sua carreira na Central Única das Favelas (Cufa), na Cidade de Deus (Rio de Janeiro). Em suas composições, Jéssica une poesia sofisticada e peculiaridade de sua voz para propor reflexões profundas sobre ancestralidade, emancipação negra e feminina.

Logo após, às 13h, a artista visual, escritora, pesquisadora e arte-educadora popular Leíner Hoki se reúne em conversa com o público. É graduada e mestra em Artes pela UFMG, onde atualmente cursa doutorado. O objetivo de sua obra é refletir sobre a diversidade da experiência lésbica, com um olhar crítico sobre as contradições e pluralidades da sociedade. Em 2022, foi semifinalista do 64º Prêmio Jabuti com a dissertação Tríbades, safistas, sapatonas do mundo, uni-vos, em que explora questões filosóficas, políticas e poéticas com base na arte e na literatura “lésbicas” e de outras identidades.

Workshop de música
Além das atrações culturais, o Festival de Verão UFMG também oferece oficinas gratuitas ao público. Entre elas, O choro e sua performance ao piano, com o pianista Hercules Gomes. Neste workshop, o músico apresenta uma visão técnica e histórica sobre a forma de se tocar choro ao piano, por meio de ritmos como maxixe, polca e samba-choro.

A atividade, que ocorre das 14h às 16h, no Conservatório UFMG, é voltada preferencialmente a pianistas, músicos e estudantes de música em geral, mas também podem contemplar o público leigo (ouvintes). É desejável conhecimentos básicos de harmonia e teoria musical.

'Zé'
O projeto CineCentro vai exibir, a partir das 19h, uma sessão comentada do filme Zé, dirigido por Rafael Conde, mestre em artes, doutor em artes cênicas e professor da Escola de Belas Artes da UFMG. A produção conta a história do líder estudantil da UFMG José Carlos da Mata Machado, morto pela ditadura, em Recife, em 1973. Aluno da Faculdade de Direito da UFMG, Zé Carlos foi presidente do centro acadêmico da unidade, ponto de convergência da resistência estudantil naquele tempo, e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Perseguido pelo regime, José Carlos abandonou a vida confortável em Belo Horizonte e passou à clandestinidade, em que trabalhou com alfabetização e conscientização política no interior do Nordeste.

A sessão será seguida de debate com o diretor do longa-metragem, Rafael Conde, o autor do livro que inspirou a obra cinematográfica, o jornalista Samarone Lima, e a professora Miriam Hermeto Sá Mota, do Departamento de História da Fafich. O evento no Centro Cultural UFMG terá mediação de Giulia Azevedo, estudante de Ciências Sociais e coordenadora geral do DCE/UFMG e do Movimento Correnteza.