Na exposição Faces do imaginário, o artista mineiro Matheus Silva explora a transformação de objetos caseiros do cotidiano para criação de máscaras. Com curadoria de Camila Moreira, artista plástica e professora da Escola de Belas Artes, a mostra acolhe a produção de máscaras como cerne da pesquisa. A exposição poderá ser visitada até 4 de maio, de terça a sexta, das 9h às 20h, sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h. A entrada é gratuita e tem classificação etária livre.

A mostra apresenta um conjunto de desdobramentos visuais em fotografias, desenhos e vídeo, no qual o artista apresenta um recorte de uma fase vivenciada pelo mundo: a pandemia da covid-19. Nesse contexto, somado ao isolamento social, o processo de criação de Matheus Silva passou a ser diálogo, reflexo e um catalisador de sua realidade e a do mundo. Confinado dentro de casa e pertencente ao grupo de risco, sua produção tornou-se desafiadora. Diante da escassez de materiais para produzir e da constância do uso dos equipamentos de proteção individual, o artista pensou esses objetos como possíveis materialidades para estudo e reflexão na produção de suas obras.

'Mascarar-se'
Com um olhar voltado para as máscaras, associado ao ato de “mascarar-se”, esses recursos se tornaram matérias para sua produção,  em diálogo com o upcycling, ready-made e objet trouvé. Essas práticas de reutilização e reinterpretação dos objetos também provocaram mudanças no entorno da residência do artista, refletindo em sua maneira de viver e produzir e afetando seu processo de criação – um trabalho circunstancial, pois só existiu em razão de uma crise sanitária global.

Nessa mostra, Matheus Silva propõe pensar sobre o corpo "como casa morada e abrigo em tempos de atrocidades e de adversidades que perduram". Para ele, essa produção, absorvida pela necessidade material e imagética de um cenário catastrófico mundial, foi de extrema importância para se manter mentalmente saudável.