Autora de livro fotográfico sobre a tragédia de Mariana participa de live nesta quinta
O rompimento da barragem do Fundão, operada pela mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, em Mariana (MG), tornou-se o primeiro crime ambiental brasileiro classificado pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) como violação de direitos humanos. Dezenove pessoas morreram, comunidades foram destruídas, a bacia do Rio Doce foi poluída, e municípios e vegetação da região foram devastados.
Recém-lançado, 15:30, o livro de estreia da fotógrafa mineira Isis Medeiros, é resultado de pesquisa imagética dedicada à memória e à justiça dos povos atingidos pela ruptura da barragem do Fundão na Bacia do Rio Doce.
A obra aborda, por meio de 71 fotografias, as consequências do rompimento da barragem do distrito de Bento Rodrigues, em novembro de 2015. A tragédia é registrada desde a cobertura inicial até seus desdobramentos nos anos seguintes nas comunidades locais. Isis Medeiros fala sobre o trabalho em live que será realizada nesta quinta-feira, 10 de dezembro de 2020, a partir das 19h. A promoção é do Programa Polos de Cidadania da Faculdade de Direito, e o debate reunirá a própria autora e o professor André Luiz Freitas Dias, do Departamento de Psicologia da UFMG, coordenador do Polos.
Rompimento da vida
O título do livro representa o horário exato em que a ruptura da barragem do Fundão foi anunciada internamente na Samarco, no dia 5 de novembro. “Segundo a população atingida, foi exatamente quando a vida foi interrompida em toda a região. Representa esse rompimento da história e o início de um longo processo de novos crimes e violações de direitos”, destaca Medeiros.
A publicação tem prefácio do escritor e ambientalista Ailton Krenak e cartas de mulheres dirigidas à fotógrafa.
A autora
A fotógrafa Isis Medeiros é integrante da fotocoletiva Mamana e uma das fundadoras do grupo Fotografia pela Democracia, iniciativa nacional de profissionais da área que lutam em defesa da democracia e dos direitos humanos no Brasil. Em 2019, ela recebeu menção honrosa no Primeiro Congresso de Fotógrafas Latino-americanas. Neste ano, coordenou a campanha solidária Fotografias por Minas, em apoio a comunidades desassistidas para o enfrentamento do coronavírus, e lançou o projeto fotográfico documental Canaã.