UFMG sedia encontro nacional de especialistas em estudos de defesa

Com duração de três dias no início de setembro, evento vai tratar da modernização das forças de segurança no contexto da guerra contemporânea

Pesquisadores dedicados aos temas da defesa nacional, segurança internacional, guerra e paz, relações entre Forças Armadas e sociedade, ciência e tecnologia e questões militares e estratégicas em geral estarão reunidos no campus Pampulha da UFMG de 3 a 5 de setembro. Eles vão participar do 13º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Enabed)Ainda é possível se inscrever como ouvinte, e a participação de estudantes de graduação é gratuita.

O tema que vai guiar os debates é A modernização dos setores de segurança: democracia e defesa face aos desafios da guerra contemporânea. O professor Lucas Rezende, do Departamento de Ciência Política (DCP) da UFMG, coordenador geral do evento, afirma que essa modernização é urgente em tempos de tensões crescentes nos cenários regionais e global e de militarização indevida de assuntos diversos no Brasil.  

“Estamos interessados em tratar, por exemplo, da relação entre defesa nacional e democracia. É fundamental proteger o Brasil de diferentes ameaças, mas também é preciso estar claro que a preocupação com a defesa não pode ser mais importante que a manutenção do Estado Democrático de Direito”, diz Rezende, ressaltando que, recentemente, houve politização exacerbada das forças de segurança no país.

Enabed será aberto com conferência da ex-ministra da Defesa de Portugal, a socióloga Maria Helena Carreiras, primeira mulher a ocupar a pasta. A conferência de encerramento ficará a cargo de Marcos Kaingang, secretário de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas. Segundo Lucas Rezende, “é crucial pôr em pauta a relação dos povos originários com a defesa nacional, assunto ainda pouquíssimo tratado, tanto pela academia quanto pelas políticas públicas”.  

Inteligência e democracia

O aniversário de 60 anos do golpe civil-militar de 1964 será lembrado em mesa com a participação de associações que lidam com as relações entre civis e militares no Brasil. Outra conversa terá como foco inteligência, espionagem e democracia. “Esse tema ganha ainda mais relevância depois que, no governo passado, a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] foi utilizada em prol de interesses pessoais”, diz Lucas Rezende. “As agências de inteligência têm papel importante e devem ser fator de fortalecimento do regime democrático.”

O professor da UFMG revela que outra mesa-redonda vai abordar as funções das Forças Armadas e o perigo de sua entrada em campos que não pedem seu protagonismo. Esse debate terá presença exclusiva de pesquisadoras mulheres. “A decisão por formar uma mesa de mulheres teve a intenção de ressaltar que a temática da defesa e da segurança não deve ser dominada por homens brancos. Há muitas pesquisas feitas por mulheres com muita qualidade e pouca visibilidade”, enfatiza Rezende, diretor de publicações da Abed.

O programa do encontro inclui ainda minicursos (inscrições esgotadas), sessões de lançamento de livros e simpósios temáticos reunidos em temas amplos como formação profissional e pesquisa; estudos estratégicos e geopolítica; família, gênero e Forças Armadas; história militar e da guerra; estudos para a paz e transformação de conflitos.

Conheça a programação do encontro.

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Assessoria de Imprensa UFMG

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