Pesquisa liderada pela Escola de Enfermagem da UFMG aponta baixa adesão à higienização das mãos entre profissionais de saúde

A pesquisa intitulada “Panorama dos Desafios Globais da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Segurança do Paciente em Hospitais de Grande Porte em Minas Gerais” coordenada pela professora Adriana Cristina Oliveira, da Escola de Enfermagem da UFMG, apresentou resultados preliminares de baixa adesão dos profissionais de saúde à prática de higienização das mãos preconizada pelo protocolo da OMS. Foram avaliadas 9.500 oportunidades de higiene das mãos (HM) por observação direta dos profissionais. A adesão verificada foi de 20,8%.

Entretanto, de acordo com a professora, após os profissionais de saúde serem questionados em quanto, percentualmente, atribuíam sua adesão à higiene de mãos em suas atividades cotidianas, a taxa autorreportada foi de 88,3%. Ou seja, a percepção do profissional de saúde sobre o ato de higienizar as mãos não aponta uma coerência com a real adesão observada.

Outro ponto importante desse estudo foi a constatação de que os profissionais de saúde ainda não incorporaram conceitos corretos para a higiene de mãos, como por exemplo, a indicação de uso da fricção antisséptica, com preparação alcoólica ou quando usar corretamente água e sabão após procedimentos e/ou contatos com o paciente, fluidos corporais e/ou ambiente.

Sobre a disponibilidade dos pacientes em lembrar os profissionais de saúde de higienizar as mãos se eles se esquecessem, 65,2% dos pacientes apresentaram respostas positivas para essa atitude. “No entanto, apenas 19,4% de fato questionaram a algum profissional sobre a higiene de mãos em algum momento de sua internação. Constatou-se ainda que, por outro lado, a disponibilidade em perguntar ao profissional sobre a HM subiria para 83% caso o paciente observasse outros pacientes também lembrando ou perguntando ao profissional de saúde se este higienizou suas mãos”, pontuou Adriana. 

Além disso, registrou-se, ainda, que no grupo de pacientes que se disponibilizava a lembrar/questionar os profissionais, esses se sentiriam confortáveis em perguntar de forma semelhante a todos os profissionais de saúde. No entanto, os pacientes acreditavam que os profissionais sabiam o momento certo de higienizar as mãos e muitos receavam que, ao perguntar ao profissional se este higienizou suas mãos, tal atitude poderia influenciar negativamente no seu tratamento ou relacionamento com a equipe assistencial. 

Adriana Oliveira aponta algumas estratégias para motivar as equipes de saúde à adesão da higienização das mãos. “Para que o profissional de saúde se sinta motivado a higienizar suas mãos, é necessário que nossas instituições possuam uma infraestrutura adequada, com logística apropriada de localização das pias, produtos e soluções padronizados para uso nas mãos, dispensadores de álcool funcionando corretamente nas unidades de internação e nos pontos ou locais de assistências à saúde”. Ela enfatiza também que é preciso treinar, monitorar e supervisionar os profissionais de saúde, tornando-os parceiros de um time de agentes ativos que compreendam claramente o impacto da baixa adesão a higiene de mãos na evolução do quadro de um paciente.

 

Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG

Fonte

Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG

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Serviço

Pesquisa da Escola de Enfermagem: Panorama dos Desafios Globais da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Segurança do Paciente em Hospitais de Grande Porte em Minas Gerais

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