Diretor de Ação Cultural da UFMG participa de Cúpula da União Europeia dedicada ao tema 'Universidade e Cultura'
Fernando Mencarelli foi convidado a compartilhar, em eventos na Europa e em São Paulo, sua experiência de gestão cultural
A UFMG participará da primeira cúpula da União Europeia (UE) dedicada ao tema Universidade e Cultura, a University & Culture European Summit, organizada pelos Ministérios da Cultura e da Educação de Portugal e pela Universidade do Porto (Portugal). O evento acontece nos dias 29 e 30 de março, em ambiente on-line. O diretor de Ação Cultural (DAC) da UFMG, Fernando Mencarelli, foi convidado para compor o Painel 7: The Arts, health and wellbeing (As artes, saúde e bem-estar), programado para a terça-feira, 30 de março, às 14h30 (horário de Portugal). Será discutida a relação entre cultura, saúde e bem-estar no contexto da universidade, com a apresentação do trabalho da UFMG na área cultural.
A cúpula foi proposta por Portugal, que está na presidência do Conselho da União Europeia, por meio do Plano Nacional das Artes de Portugal. A programação objetiva mapear as práticas culturais e debater o papel crucial e democrático que as artes podem desempenhar no reposicionamento das universidades da UE no mundo, especialmente em um contexto de reforma pós-covid-19.
Segundo Mencarelli, as relações da UFMG com os parceiros portugueses são de longa data e com agendas muito alinhadas, o que reforça a importância da participação da DAC no evento.
“Alegra-nos muito poder partilhar o trabalho que a UFMG vem desenvolvendo no campo da cultura neste momento em que Portugal está na presidência da comunidade europeia e propõe essa primeira cúpula. A convocatória que os organizadores nos fazem é uma grande oportunidade para partilharmos pensamentos e experiências do campo da cultura, e das artes em particular, fundamentais para a conformação da universidade contemporânea”, ressalta.
O diretor ainda destaca que as transformações e múltiplas crises pelas quais o mundo passa são também uma crise cultural. “As respostas que damos ou não damos a essa crise profunda são feitas em torno de valores, modos de viver e de pensar tecidos no campo da cultura. As universidades do mundo todo têm buscado formas para enfrentar esses desafios”, afirma.
Diante da necessidade de adaptações e inovações, as discussões da cúpula são variadas, com os seguintes painéis: Democratic access to heritage, artistic expressions and experiences (Acesso democrático ao patrimônio, expressões e experiências artísticas); The Arts as a strategy: paying attention to the Other (As artes como estratégia: prestando atenção ao outro); A scientific and artistic worldview (Uma visão de mundo científica e artística); Integrating artistic experiences into the study plans of higher education institutions (Integrar experiências artísticas nos planos de estudos das instituições de ensino superior); The Museums at the heart of the University (Os Museus no Coração da Universidade); The Arts as a driver for community and regional development (As artes como um motor para o desenvolvimento comunitário e regional).
A programação completa de debates, palestras e intervalos culturais, além da transmissão ao vivo dos encontros, pode ser vista no site do evento. Também é possível acompanhar os eventos simultaneamente pelo YouTube.
Transversalidade da cultura nas universidades
No dia 23 de março, Fernando Mencarelli participou de um debate on-line no qual falou sobre o tema Transversalidade da cultura nas universidades. Denominado Ciclo de conversas sobre políticas de cultura para a Unicamp, o evento teve como objetivo discutir as formas de gestão cultural em universidades públicas. A transmissão foi feita pelo canal da Diretoria de Cultura da Unicamp no YouTube e continua disponível para acesso na plataforma.
Em sua fala inicial, Mencarelli destacou o momento de crise no país e a importância de se garantir o lugar da cultura na sociedade. “O direito à vida em primeiro lugar e nenhum direito a menos conformam o horizonte da nossa pauta em que o trabalho no campo cultural é reconhecido como parte fundamental da produção de conhecimento, do planejamento estratégico e das ações que nos farão atravessar esse momento fortalecidos no projeto de um país democrático e socialmente justo”, afirmou.
Ao longo do debate, o diretor propôs reflexões sobre como as universidades e instituições públicas de ensino superior podem contribuir para a difusão e garantia dos direitos culturais. Ele citou algumas experiências da DAC que abordam questões transversais aos âmbitos das políticas públicas, dos diferentes territórios e da concepção de uma pluralidade epistêmica. Uma delas é a Formação Transversal em Culturas em Movimento e Processos Criativos, que configura um conjunto de atividades acadêmicas curriculares desenvolvidas em integração com a Pró-reitoria de Graduação da UFMG.
Outra experiência foi a recente criação da Bolsa de fomento à criação, que estimulou os estudantes da UFMG a criarem obras artísticas, ensaísticas ou literárias sobre as implicações socioculturais da pandemia de covid-19. A iniciativa conjunta com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis da UFMG recebeu 542 inscrições de alunos dos mais diferentes cursos da Universidade. Os trabalhos contemplados estão disponíveis em www.ufmg.br/festivaldeverao/mostrapraedac.
Também vale citar o projeto Políticas de Cultura para a Juventude e Coletivos da Zona Cultural da Praça da Estação, desenvolvido pela Diretoria, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, que abrange coletivos culturais formados por jovens que vivem nas regiões periféricas e metropolitana de Belo Horizonte e atuam em programas, projetos e movimentos realizados na região central da cidade. Algumas produções relacionadas ao projeto integraram a programação do 15º Festival de Verão UFMG, como a exposição Movências, de artes visuais, a mostra de dança #DireitoàCulturaNasQuebradas e o livro De Quebrada: não procure no centro, editado com poetas da cena do slam, em parceria do Laboratório de Edição da Faculdade de Letras da UFMG.