CTE-UFMG vai alcançar autossuficiência energética com substituição de caldeira a gás por microturbinas

Operação será feita no sistema de aquecimento da piscina para aproveitar a energia térmica das microturbinas

Até o ano que vem, o calor produzido pela caldeira de gás responsável pelo aquecimento da piscina do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG será obtido por meio da energia térmica advinda de duas microturbinas de cogeração de energia, infraestrutura que será incorporada à minirrede de energia gerenciada pelo Projeto Oásis UFMG, uma das ações do Programa UFMG Sustentável.

As microturbinas serão utilizadas para geração de energia elétrica, e o calor resultante será direcionado para o aquecimento da piscina. Na prática, a mudança tornará o CTE autossuficiente em relação à energia que consome, já que a estimativa é que as microturbinas sejam capazes de produzir mais energia do que o complexo esportivo demanda diariamente para o seu pleno funcionamento.

O contrato para a realização do projeto de instalação das microturbinas de energia, em substituição ao atual sistema baseado em caldeira de gás, foi assinado em meados deste ano pela UFMG e pela Fluxo Soluções Integradas, empresa que faz a distribuição da Capstone Green Energy no Brasil. A Capstone é a fabricante das microturbinas que estão em vias de serem instaladas no CTE. “A ideia é continuar queimando gás, mas agora não mais na caldeira, e sim nas microturbinas. Com isso, continua-se gerando o calor necessário para aquecer a piscina, mas, ao mesmo tempo, gera-se energia elétrica. A ideia é fazer o que chamamos de cogeração: em vez de só gerar calor com o gás, gera-se energia elétrica, e, com o calor que sobra da turbina, faz-se o aquecimento da piscina”, explica Rafael Picasso Amarante, gerente de produtos da Fluxo.

Consumo racional

O professor Braz de Jesus Cardoso Filho, do Departamento de Engenharia Elétrica e coordenador técnico do projeto, explica a vantagem do novo sistema. “A gente vai consumir menos gás? Não. O que vai ocorrer é um melhor aproveitamento do gás que já consumíamos. Quando se queima gás para produzir apenas calor, o rendimento é baixo: o nível de eficiência fica em torno de 30%, 40%. Já quando se queima gás para produzir eletricidade e calor, o nível de eficiência dessa queima sobe para algo próximo de 90%. Ou seja, queima-se a mesma quantidade de gás, mas produz-se muito mais energia”, demarca. Segundo Braz, foram adquiridas duas microturbinas que fornecem, cada uma, até 65 kW de energia elétrica – somadas, elas têm capacidade de entregar 130 kW de energia, em potência contínua.

Na quarta-feira passada, 4 de setembro, representantes da Fluxo fizeram uma nova visita técnica ao CTE para coletar dados necessários para a instalação do novo sistema. O grupo foi recebido, entre outros, pelo professor Braz Cardoso e pelos diretores Gustavo Pereira Côrtes, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), e Maicon Rodrigues Albuquerque, do CTE. “Estamos entrando na fase de engenharia, isto é, de preparar a interligação do sistema, propriamente, para dar andamento à instalação”, comentou Rafael Amarante durante a visita. “As microturbinas foram compradas em julho e estão atualmente em fase de fabricação”, ele conta. “Assim que estiverem prontas, vamos instalá-las na sala de máquinas e interligá-las com o sistema de água quente já existente”, explica. Feita a ligação, as microturbinas vão passar a entregar energia elétrica para o barramento elétrico paralelamente ao processo de geração de energia térmica para a piscina.

Compactas, as microturbinas praticamente não demandarão intervenções na infraestrutura espacial da sala de máquinas do CTE para serem instaladas. Sua alimentação continuará sendo feita com o gás fornecido pela Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), que já abastece a caldeira em uso. Segundo os envolvidos no projeto, as microturbinas ficam prontas ainda neste ano, e a instalação do novo sistema deve ser concluída ainda no primeiro semestre de 2025, ocasião em que terá início a operação desse sistema de cogeração de energia.

A mudança no sistema e a viabilidade da sua implantação vinham sendo estudadas desde 2018 no âmbito de um programa mais amplo, o UFMG Sustentabilidade.

Saiba mais sobre o funcionamento das microturbinas, o Projeto Oásis UFMG e o armazenamento de energia em matéria de Ewerton Martins Ribeiro para o Portal UFMG.

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Assessoria de Imprensa UFMG

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