Tradicional evento reúne, este ano, cerca de 100 artesãos, de 27 municípios, e programação cultural de 23 a 28/9, na Praça de Serviços

Começa na segunda-feira, 23 de setembro, na Praça de Serviços do campus Pampulha, a 23ª edição da Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha UFMG. O evento, que vai até sábado, dia 28, reunirá cerca de cem artesãos de 50 associações pertencentes a 27 municípios dos territórios do Jequitinhonha. Organizada pela Pró-reitoria de Cultura (Procult) da UFMG, por meio do programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, a Feira apresenta uma amostra representativa da vasta produção de artesanato em tear, bordado, tecelagem, cerâmica, madeira e palha, além de produtos da agricultura familiar da região do Jequitinhonha, no Nordeste de Minas Gerais. A entrada é gratuita e aberta a toda a população.

Realizada novamente de forma atípica em setembro, - o evento costuma acontecer durante o mês de maio, mas foi adiado em função da greve de servidores no primeiro semestre - a Feira homenageia o centenário de Dona Izabel Mendes da Cunha, mestra de ofício de Santana do Araçuaí, e contará com uma programação cultural com shows de Tadeu Franco, Felipe Bedetti e Letícia Leal, dentre outros. A expectativa é que cerca de 20 mil pessoas visitem a feira ao longo dos seis dias de evento.

A Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha UFMG chega à sua 23ª edição firmando-se como um importante projeto de extensão cultural da Universidade Federal de Minas Gerais e como o mais importante espaço de comercialização, em âmbito nacional, para os artesãos do Vale. Sérgio Diniz, produtor cultural e coordenador da Feira, destaca como o evento tem se mantido frente às diferentes situações enfrentadas, “por sua importância e magnitude, a feira tem resistido a todas as circunstâncias nestes anos todos, sejam os diferentes governos,  as crises econômicas, a pandemia do coronavírus, quando deixou de ser feita (2020) e adaptada ao mundo virtual (2021), ou mesmo por outras questões, como a greve dos servidores neste ano, que nos levou a fazê-la agora em setembro, sempre com o apoio de vários parceiros dentro da Universidade, a quem somos muito agradecidos”, afirma. 

“Sabemos da importância da feira para a comunidade da UFMG, deste movimento de troca de experiências e de convívio com os artesãos de tantos municípios distintos que ela proporciona e sabemos, também, que a feira é muito aguardada por toda a comunidade da região metropolitana de Belo Horizonte e até por lojistas, que se deslocam até aqui ao campus da UFMG em busca do melhor do artesanato do Vale do Jequitinhonha”, conclui.

Programação cultural

A 23ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha UFMG apresenta ainda uma programação cultural durante toda a semana. Sempre às 12h30, artistas musicais ocupam a tenda da Praça de Serviços. Em 2024, se apresentam a violeira Letícia Leal em formato de trio, na terça-feira, 24; os músicos Felipe Bedetti e Tadeu Franco com o show Parceiragem, na quarta, 25; a banda Os Disponíveis com o show 10 anos de forró, na quinta-feira, 26; e na sexta-feira, 27 de setembro, Walter Dias fecha programação cultural com a apresentação do show Meu Jardim Brasileiro.

24 de setembro, terça-feira – 12h30: Leticia Leal Trio - show da violeira Leticia Leal, acompanhada de Bia Nascimento (violão) e Analu Braga (pandeiro)

25 de setembro, quarta-feira – 12h30: Parceiragem - show musical de Felipe Bedetti e Tadeu Franco

26 de setembro, quinta-feira – 12h30: Os Disponíveis - 10 anos de forró

27 de setembro, sexta-feira – 12h30: Meu Jardim Brasileiro - show musical de Walter Dias, acompanhado de Aender Reis (percussões) e Cláudio Cruz (saxofones)

Homenagem ao centenário de D. Izabel Mendes da Cunha

Em 2024 a Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha UFMG celebra os 100 anos do nascimento de Izabel Mendes da Cunha, a Dona Izabel, ceramista e mestra de ofício de Santana do Araçuaí, distrito de Ponto dos Volantes, no Vale do Jequitinhonha. Falecida em 2014, mestra Isabel tem trabalhos em importantes acervos particulares e museus mundo afora.

A trajetória de Dona Izabel foi assim descrita pela produtora cultural Terezinha Furiati, quando recebeu o título de mestra de ofício, em 2013:

“Mestra Dona Izabel começou a brincar com o barro muito cedo. Menina ainda, ao lado de sua mãe e de sua avó, que faziam vasilhas. A falta de brinquedos e, principalmente, de bonecas, que eram seu sonho de menina, foi grande motivadora para que ela começasse, tão cedo, sua vida de artesã e artista do barro.

Após o sucesso dos presépios e de suas peças tão bem-acabadas e criativas, Dona Izabel começou a fazer bonecas. Pensava e fazia. Foi aumentando o tamanho, foi experimentando outros tons de barro para enfeitá-las. Foi criando penteados, cor de pele, olhos: azuis, castanhos e negros; vestidos, crianças nos braços, no peito; noivas e noivos. Aos poucos, suas bonecas saíram do Vale e foram habitar outras terras. As mulheres do Vale foram morar “no estrangeiro”, em outros estados e cidades.

Mestra Dona Izabel dividiu sua sabedoria. Ensinou seus filhos a arte do barro. Ensinou e incentivou sua comunidade a transformar o barro em peças. Estimulou as artesãs de Santana do Araçuaí a fundar a Associação dos Artesãos.” 

Serviço

23ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha UFMG

Data: 23 a 28 de setembro

Local: Praça de Serviços do campus UFMG Pampulha (Avenida Antônio Carlos, 6.627, Pampulha – Belo Horizonte / MG)

Horário: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado, das 9h às 14h