UFMG concede título de Professora Emérita à ex-ministra Nilma Lino Gomes
Em sessão solene na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, no dia 31 de outubro, às 19h, será outorgado o título de Professora Emérita para a ex-ministra do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos Nilma Lino Gomes. A cerimônia será realizada no Auditório Neidson Rodrigues, da FaE, campus Pampulha. A comenda será concedida pela significativa importância da docente para a história da unidade.
Trajetória
Nilma Lino Gomes ingressou na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG em 1984, no curso de graduação em Pedagogia, e concluiu o mestrado em Educação pela UFMG, em 1994. É doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Cumpriu estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra, supervisionada por Boaventura de Souza Santos. Atuou como professora na Faculdade de Educação de 1995 a 2019. De 2002 a 2013, coordenou o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG e integra a equipe de pesquisadores desse programa.
Também coordenou o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas (Nera) e o GT 21 – Educação e Relações Étnico-Raciais – da Anped, durante a Gestão 2012-2013. Foi membro do Conselho Nacional de Educação no período 2010-2014, designada para a Câmara de Educação Básica. É membro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (Anped), da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). É bolsista de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A atuação de Nilma Gomes nas áreas de Educação e Antropologia Urbana propiciou a realização de pesquisas de relevo em tópicos como organização escolar, formação de professores para a diversidade étnico-racial, movimentos sociais e educação, relações raciais, diversidade cultural e gênero.
Em 2013 e 2014, Nilma Lino Gomes foi reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), assim, tornou-se a primeira mulher negra a ocupar o cargo mais importante de uma universidade federal no Brasil. Em janeiro de 2015, deixou essa função para ser ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) que, em decorrência da reforma administrativa de setembro daquele ano, foi incorporada ao recém-criado Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, do qual ela esteve à frente até 2016.
É autora de várias publicações, que incluem livros e artigos derivados de pesquisas de campo e destinados ao público universitário até narrativas de ficção voltadas para crianças e jovens. Entre as obras, destacam-se: Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra, de 2006, fruto de sua tese de doutorado; a obra de ficção infantojuvenil Betina, de 2009; O menino coração de tambor, de 2013, e O movimento negro emancipador: saberes construídos nas lutas por emancipação, de 2019. Nesses livros, é enfatizado o universo cultural afro-brasileiro em sua diversidade.
Entre as honrarias que lhe foram concedidas, destacam-se o Troféu Yalodê, do Projeto Raízes de Áfricas – III Festival das Palavras Pretas (2011); o Prêmio Zumbi de Cultura, da Fundação Clóvis Salgado/Companhia Baobá de Dança (2010); e o Projeto Memórias da Infância no Aglomerado Santa Lúcia-BH/MG, da PROEX-UFMG (2006).